Engenheiro agrônomo, João da Costa de Carvalho Lima é autor do livro "Dicionário Rural do Brasil", Editora Campus, RJ, 2003, 439 pgs., obra pioneira no gênero. Nasceu a 23 de junho de 1929, em Glória de Goitá, Agreste de Pernambuco, tendo freqüentado o curso primário na Escola Rural Alfeu Domingues, da qual sua mãe era professora.
De sua cidade natal, mudou-se para o Recife, onde fez os cursos Ginasial e Colegial no Colégio Leão XIII. Também na capital pernambucana, cursou a Escola Superior de Agricultura de Pernambuco, tendo como um dos professores o agrônomo João de Vasconcelos Sobrinho, pioneiro no Brasil do ensino da Ecologia como ciência, e do qual foi colaborador como auxiliar-acadêmico na Seção de Botânica.
Logo que se tornou engenheiro agrônomo, João da Costa recebeu convite do governo francês e realizou, junto com dois colegas e três professores, uma viagem de estudos pela França e África Ocidental e do Norte. De volta ao Brasil, iniciou uma bem-sucedida carreira profissional nas áreas administrativa e de consultoria.
João da Costa atuou no setor público e iniciativa privada e, entre as atividades que desenvolveu, destacam-se as seguintes:
Trabalhou durante 10 anos (19.51 /1958) na cultura do abacaxi, no estado da Paraíba, para a Fábrica Peixe. Ingressou, a seguir, na Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste-Sudene onde ocupou vários cargos, entre os quais a chefia da Divisão de Programação e de Coordenação de Pesquisas Agronômicas.
Da Sudene, por indicação dos economistas Jader de Andrade e Celso Furtado, em 1963 João da Costa passou à administração do Governo de Pernambuco (gestão Miguel Arraes) onde ocupou os cargos de Diretor Geral do Instituto de Pesquisas Agronômicas do Estado e do Departamento Estadual de Fomento Agropecuário.
Com o golpe militar em 1964, João da Costa deixou a área governamental e passou a trabalhar para empresas privadas, elaborando projetos agrícolas ou agroindustriais, área na qual também se destacou. Essa nova fase da atuação do agrônomo/pesquisador não mais teria como base o estado de Pernambuco e, sim, o eixo Rio-São Paulo.
Dois meses depois da criação do Globo Rural (TV Globo), em 1980, João tornou-se responsável técnico pelo programa, cargo que ocupou por quase 8 anos. Também integrou a equipe que, criou a revista Globo Rural na qual manteve, até 1987, uma página assinada, debatendo problemas ambientais criados por certos procedimentos agrícolas.
João da Costa foi, ainda, consultor de várias ONGs e entidades ambientalistas, tais como Agapan, Gaia, Oikos-União dos Amigos da Terra, Grupo Seiva, Aprema, e Pesticides Action Network, entre outras. Também assessorou, em São Paulo, produtoras de TV como, por exemplo, a Frame e a Top Brasil. Em 1995 aposentou-se e foi morar nos Estados Unidos.
Sobre sua mais importante obra , o "Dicionário Rural do Brasil", João da Costa comenta:
"Não foi fácil trabalhar sozinho em tal empreitada que me levou cerca de dez anos, ainda que com interrupções. Assustei-me um pouco no começo da caminhada com a afirmação, aposta na capa do Larousse Agricole, de que para sua elaboração foram necessários 160 especialistas. Mas valia a pena tentar e tive a satisfação de ver minha obra aceita para publicação não só no Brasil, mas com divulgação em muitos outros países."




